Conjunção
(fcc 2018)
História do Maranhão
Na época do descobrimento do Brasil, a região do atual Estado do Maranhão era povoada por diferentes tribos indígenas. Os primeiros habitantes desse Estado faziam parte de dois grupos: os tupis e os jês. Os tupis habitavam o litoral: já os jês habitavam o interior. Com o tempo, no século XVIII, diversas tribos do Piauí entraram no Maranhão, tentando evitar que os brancos as caçassem.
Não existem relatos feitos com exatidão a respeito das primeiras expedições que exploraram a costa maranhense. Reza a crença que, em 1500, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón já navegara por toda a costa norte do Brasil. A viagem feita por Pinzón na região mencionada teve origem em Pernambuco e destino à foz do rio Amazonas.
A partir de 1524, os franceses começaram a frequentar o litoral do Maranhão. A explicação para o motivo dessa frequência é que o litoral desse Estado havia sido esquecido pelos portugueses. Lá os franceses trocavam com os indígenas produtos da região por objetos que traziam da Europa.
Em 1531, Martim Afonso de Sousa chegou ao Brasil. Esse homem foi o comandante da primeira expedição que colonizou a região. O militar e nobre português exigiu que Diogo Leite fosse responsável pela exploração do litoral norte. Diogo Leite aproximouse da foz do rio Gurupi, que atualmente serve de divisa entre os Estados do Maranhão e do Pará. Essa divisa ficou por muito tempo conhecida como "abra de Diogo Leite".
Em 1534, quando Dom João III dividiu a Colônia Portuguesa no Brasil em Capitanias Hereditárias, os portugueses ainda não haviam chegado a colonizar o Maranhão. Um ano depois, o monarca português concedeu a terra a três fidalgos que eram homens de sua confiança. Foram eles: João de Barros, Fernando Álvares de Andrade e Aires da Cunha. Ambos os primeiros idealizaram seu plano para a tomada de posse da capitania. Os dois donatários encarregaram sua execução a Aires da Cunha. Aires da Cunha veio ao Brasil, no mesmo ano da doação. Durante a viagem, a frota afundou nas costas maranhenses devido a violento temporal, e o capitão faleceu, assim como a maior parte dos integrantes. Os sobreviventes fundaram um núcleo de povoamento denominado Nazaré e passaram a explorar o terreno através dos acidentes geográficos fluviais. Entretanto, os indígenas não lhes facilitaram essa ocupação. Do núcleo de povoamento, não restou nada e, quando essa povoação foi destruída, os portugueses abandonaram-na.
(Disponível em: www.cocaisnoticias.com.br)
O militar e nobre português exigiu que Diogo Leite fosse responsável pela exploração do litoral norte. (4° parágrafo)
Assim como nessa frase, o vocábulo que está empregado com função de conjunção em:
A) Esse homem foi o comandante da primeira expedição que colonizou a região. (4° parágrafo)
possível trocar por “a qual”. É pronome, não conjunção.
B) Não existem relatos feitos com exatidão a respeito das primeiras expedições que exploraram a costa maranhense. (2° parágrafo)
possível trocar por “as quais”. É pronome, não conjunção.
C) Lá os franceses trocavam com os indígenas produtos da região por objetos que traziam da Europa. (3° parágrafo)
possível trocar por “os quais”. É pronome, não conjunção.
D) Com o tempo, no século XVIII, diversas tribos do Piauí entraram no Maranhão, tentando evitar que os brancos as caçassem. (1° parágrafo)
É possível trocar a oração “que os brancos caçassem” por “isso”. É conjunção integrante.
E) Um ano depois, o monarca português concedeu a terra a três fidalgos que eram homens de sua confiança. (5° parágrafo)
Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase acima introduz uma: ressalva.
Conjunção adversativa. Adversativas: indicam essencialmente uma ideia de adversidade, oposição, contraste e também ressalva, quebra de expectativa, compensação, restrição; elas realçam o conteúdo da oração que introduzem: mas, porém, contudo, todavia, malgrado, não obstante, entretanto, no entanto, senão, agora, antes, ainda assim.
A tragédia vinha sendo anunciada: desde o começo do ano, Nabiré parecia cansada. Portadora de um cisto no ovário, carregava seu corpo de 31 anos e 2 toneladas com mais dificuldade. Ainda assim, atravessou aquele 27 de julho em relativa normalidade. Comeu feno, caminhou na areia, rolou na poça de lama para proteger-se do sol. Ao fim da tarde, recolheu-se aos seus aposentos – uma área fechada no zoológico Dvůr Králové, na República Tcheca. Deitou-se, dormiu – e nunca mais acordou. No dia seguinte, o diretor da instituição descreveria a perda como “terrível”, definindo-a como “um símbolo do declínio catastrófico dos rinocerontes devido à ganância humana”.
Nabiré representava 20% dos rinocerontes-brancos-do-norte ainda vivos. A espécie está extinta na natureza. Dos quatro remanescentes, três vivem numa reserva ecológica no Quênia, protegidos por homens armados. O restante – uma fêmea chamada Nola – mora num zoológico nos Estados Unidos. São todos idosos e, até que se prove o contrário, inférteis.
Surgido como um adorno que conferia sucesso reprodutivo ao portador (como a juba, no caso do leão), o chifre acabaria por selar o destino trágico do paquiderme. Passou a ser usado para tratar diversas doenças na medicina oriental. De nada valeram inúmeros estudos científicos mostrando a inocuidade da substância. O chifre virou artigo valiosíssimo no mercado negro da caça.
Segundo estimativas, no começo do século XX a ordem dos rinocerontes era representada por um plantel de meio milhão de animais. Hoje restam apenas 29 mil, divididos em cinco espécies. A que está em estado mais crítico é a subespécie branca-do-norte.
O rinoceronte-branco-do-norte era endêmico do Congo – país que ainda sofre os efeitos de uma guerra civil iniciada em 1996 que já deixou um saldo de ao menos 5 milhões de pessoas mortas. Diante desse quadro, não houve quem zelasse pelo animal.
Nabiré foi um dos quatro rinocerontes-brancos-do-norte nascidos em cativeiro, no próprio zoológico. Após o nascimento de Fatu, no mesmo zoológico, quinze anos mais tarde, nenhuma outra fêmea de rinoceronte-branco-do-norte conseguiu engravidar. Por isso, em 2009, os quatro rinocerontes-brancos-do-norte que faziam companhia a Nabiré foram levados para um reserva no Quênia. Como nem a inseminação artificial tivesse funcionado, havia a esperança última de que um habitat selvagem pudesse surtir algum efeito. Porém, não houve resultado.
Nabiré não viajou com o grupo por ser portadora de uma doença: nasceu com ovário policístico, o que a tornava infértil. “Foi a rinoceronte mais doce que tivemos no zoológico”, disse o diretor de projetos internacionais do zoológico. “Nasceu e cresceu aqui. Foi como perder um membro da família.”
Há uma esperança remota de que a espécie ainda seja preservada por fertilização in vitro. “Nossa única esperança é a tecnologia”, completou o diretor. “Mas é triste atingir um ponto em que a salvação está em um laboratório. Chegamos tarde. A espécie tinha que ter sido protegida na natureza.”
(Adaptado de: KAZ, Roberto. Revista Piauí. Disponível em:http://revistapiaui.estadao.com.br/materia/eramos-cinco)
Ainda assim, atravessou aquele 27 de julho em relativa normalidade. (1º parágrafo)
Porém, não houve resultado. (6º parágrafo)
Sem prejuízo da correção e do sentido, os elementos sublinhados acima podem ser substituídos, respectivamente, por:
A) Desse modo – Conquanto
B) Com isso – No entanto
C) Não obstante – Contudo
Ainda assim --> Adversativa
Porém --> Adversativa
D) Portanto – Embora
E) Todavia − Porquanto
Não se deve confundir a conjunção “conquanto” com a conjunção “porquanto”. Esta última introduz orações causais ou explicativas, e equivale a “porque”, “visto que”, “já que”, “pois”, enquanto aquela é puramente concessiva, e equivale a “embora”, “apesar de que”, “mesmo que”, “ainda que”.
Michelangelo resistiu a pintar a capela não apenas por julgar que seria um projeto menor. Relatos indicam que, na raiz disso, havia uma forte insegurança. O artista, que se considerava um escultor, cortava de forma peremptória quando lhe pediam uma pintura: “não é minha profissão”. Hoje, é curioso imaginar que o criador do teto da Capela Sistina possa ter resistido a seu destino.
Michelangelo fez fortuna servindo a sete papas e a outros tantos notáveis, como o clã florentino dos Medici. Nem sempre, porém, entregava o que prometia. Para sobreviver, enfim, Michelangelo teve de enfrentar questões que afligem os seres humanos em qualquer tempo. Como no caso de sua resistência a trocar a escultura pela pintura, quem nunca tremeu nas bases ao ser forçado a sair de sua zona de conforto? Em matéria de pressão competitiva, a arte renascentista não diferia tanto do ambiente de busca pelo alto desempenho das corporações modernas. O jovem Michelangelo penou para demonstrar o valor de seu gênio numa Florença dominada por estrelas veteranas como Leonardo da Vinci.
O corpo humano foi o campo de batalha artística de Michelangelo. Como definiu o pintor futurista Umberto Boccioni (1882-1916), essa era sua “matéria arquitetônica para a construção dos sonhos”. Michelangelo criou corpos perfeitos, mas irreais: o Davi tem musculatura de homem adulto, mas compleição de menino. Com isso, o artista resgatava a imagem juvenil dos deuses gregos.
(Adaptado de Revista VEJA. Edição 2445, 30/09/2015)
Michelangelo fugiu de Roma ao ser comunicado que, antes de produzir as estátuas da futura tumba do papa Júlio II, deveria pintar o teto da Capela Sistina. Só a muito custo foi convencido a se aventurar na pintura, meio que julgava não dominar tão bem quanto a escultura. ...... , ao ser tirado da zona de conforto, o artista criaria sua obra máxima.
Mantendo-se as relações de sentido e a correção gramatical, preenche corretamente a lacuna acima o que se encontra em:
A) Porquanto
causal
B) Embora
concessiva
C) Contudo
adversativo
D) Uma vez que
causal
E) Conquanto
concessiva
Uma espécie de angústia se espalha como praga nas relações pessoais e no uso dos espaços público e privado. Todos os torpedos, e-mails e chamadas no celular viraram prioridade, casos de vida ou morte. Interrompem-se conversas para olhar telinhas e telonas, desrespeitando interlocutores. Como este tipo de patologia tende a se diversificar, já há gente que conversa e olha o computador ao mesmo tempo. Especialistas em informática previram que, num futuro não muito distante, chips serão implantados no corpo. Estão atrasados. Corpos já pertencem a máquinas. A vida é controlada a distância e por outros.
Enxurradas de fotos invadem o espaço virtual, a maioria delas sem o menor significado. Fico pensando no sorriso irônico ou, quem sabe, no horror, que o fotógrafo Cartier-Bresson esboçaria se esbarrasse nisso. Ele, que procurava a poesia nos pequenos gestos, no cotidiano que se desdobrava em surpresas, jamais empilharia a coleção de sorrisos forçados que caracteriza a obsessão pelos “cliques".
Vivemos a era das aparências. Com a multiplicação das imagens, vem a obrigação de “estar bem". Afinal, quem vai querer se exibir nas redes sociais com uma ponta de melancolia? O mundo virtual exige estado de êxtase permanente. Uma persona que não passa de ilusão. Criatividade não quer dizer tristeza, claro, mas certamente precisa incorporá-la como tijolo construtor da nossa personalidade.
(Adaptado de: Jacques Gruman. Disponível em: http://cartamaior.com.br/?/Opiniao/A-morte-da-imaginacao/30783. Acesso em 23/10/15)
... desrespeitando interlocutores.
Enxurradas de fotos invadem o espaço virtual...
... que caracteriza a obsessão pelos “cliques”.
Fazendo-se as alterações necessárias, os elementos sublinhados nos segmentos acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em:
A) desrespeitando-os − invadem-no − a caracteriza.
desrespeitando - vtd. vti admite o lhe, logo elimina “b”, “e” e “d’ pois o verbo não termina em som nasal. invadem é vtd, logo, elimina “c”, sobra a alternativa “a”.
B) desrespeitando-lhes − o invadem − caracteriza-lhe.
C) desrespeitando-os − lhe invadem − a caracteriza.
D) desrespeitando-nos − invadem-no − lhe caracteriza.
E) desrespeitando-lhes − invadem-no − caracteriza-a.
(fcc 2017) A escolha profissional tem muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita. (3° parágrafo) Consideradas as relações de sentido, as duas frases acima podem ser articuladas em um único período, fazendo-se as devidas alterações na pontuação e entre minúscula e maiúscula, com o uso, no início, de: Na medida em que Se A escolha profissional tem muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Então Dificilmente alguém consegue se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita. Então cabe "na medida em que".
Considerado o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da frase acima, o segmento sublinhado pode ser substituído por: Porém
Significado de Só que: Conjunção. Expressão da língua oral que tem o mesmo valor da conj. adversativa: mas, porém, entretanto, todavia.
Exemplo do uso da palavra Só que:
Eu quero tirar carteira, só que eu ainda tenho 17 anos.
Ela quer almoçar, só que não quer pagar a conta.
Ela é até atraente, só que toma skol beats verde na balada.