Verbos

 QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS

(fgv 2024) Todas as frases abaixo mostram ações futuras. Assinale a frase em que os termos sublinhados indicam, respectivamente, tempo anterior e tempo posterior:
A partir do momento em que você tiver compreendido o exercício, tudo irá melhor.
Vamos a análise.
A partir do momento em que você "TIVER" compreendido o exercício, tudo "IRÁ" melhor.
Por mais que os verbos ( TIVER e IRÁ), necessariamente não apresentam tempos verbais de passado e futuro.
Mas dentro do contexto total do enredo,temos ações de antes e depois.
1°) A partir do momento em que você tiver compreendido o exercício;
2°) Tudo irá melhor.
A 2° parte, só irá acontecer, se tiver a primeira.
Logo temos um tempo de:
ANTES ( compreender o o exercício).
Depois ( Tudo irá melhorar)

(cespe/cebraspe 2024) Texto CB1A1-II
        A palavra ficção nos remete a histórias inventadas (total ou parcialmente). Pode ser uma fantasia, que envolva monstros, heróis ou fantasmas, pode ser uma ficção científica, que envolva tecnologias que vão muito além daquelas que existem hoje, e também pode ser um romance comum, totalmente realista, mas com enredo, personagens ou ambientes inventados.

        Dessa forma, uma matéria jornalística jamais poderia ser considerada ficcional, já que um dos pilares do jornalismo é a busca pela verdade e a publicização das informações com precisão e veracidade. Um jornal que noticiasse ficções estaria ferindo um de seus princípios mais fundamentais.

          Apesar de essa definição de ficção ser bem popular, os críticos e teóricos de cinema franceses Jacques Aumont e Michel Marie afirmam que a ficção é uma forma de discurso que faz referência a personagens ou a ações que só existem na imaginação daquele que a escreve ou lê. Segundo eles, a ficção não é uma mentira, mas um simulacro da realidade, uma das possíveis maneiras de se representar o real.

       Assim, podemos dizer que todo relato é uma tentativa de representar a realidade por meio de palavras. Um relato de um acontecimento não é o próprio acontecimento em si. Os fatos ficam no passado, depois que acontecem. Qualquer tentativa de retomá-los no presente, por meio de uma história, será uma representação, será uma construção da mente de uma pessoa. Logo, será uma ficção. 

Lucia Mascarenhas de Miranda. A fronteira entre fato e ficção.
In: Ciência Hoje, outubro de 2024.
Internet: <cienciahoje.org.br> (com adaptações).
FimDoTexto
A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue o item que se segue. 
No primeiro parágrafo, as três ocorrências da forma verbal “pode” expressam sentido de possibilidade. CERTO
PODE vem acompanhado de SER. Isto é, que pode vir a ser. Logo, é uma possibilidade de acontecer ou não. Pois não existe GARANTIA. Uma forma prática de resolver esta questão é trocar o "pode" por é "possível que".
 
(cespe/cebraspe 2024) O trecho “fumando e falando de moças bonitas” (antepenúltimo parágrafo) poderia ser reescrito, sem prejuízo do sentido original e da correção gramatical do texto, da seguinte forma: que fumavam e falavam de moças bonitas. CERTO
O trecho "fumando e falando de moças bonitas" é uma oração reduzida de gerúndio, que pode ser desenvolvida para explicitar o sujeito e a relação temporal ou causal. Ao reescrever como "que fumavam e falavam de moças bonitas", estamos transformando a oração reduzida em uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, mantendo o sentido original e a correção gramatical.

(cespe/cebraspe 2024) Nos períodos “Eram dez horas menos um minuto.” e “Havia quarenta e sete eleitores.” (primeiro e segundo períodos do quarto parágrafo), as formas verbais são impessoais. CERTO
No primeiro caso, o verbo "ser" indica a hora, funcionando de maneira impessoal e concordando com o numeral "dez horas". No segundo caso, o verbo "haver", no sentido de "existir", é impessoal e deve ser utilizado sempre na terceira pessoa do singular, independentemente do complemento que o segue. Portanto, a afirmação de que as formas verbais são impessoais está correta.

(cespe/cebraspe 2024) Texto V

    Quando os jornais anunciaram para o dia 1.º deste mês uma parede de açougueiros, a sensação que tive foi muito diversa da de todos os meus concidadãos. Vós ficastes aterrados; eu agradeci o acontecimento ao céu. Boa ocasião para converter esta cidade ao vegetarismo.

   Não sei se sabem que eu era carnívoro por educação e vegetariano por princípio. Criaram-me a carne, mais carne, ainda carne, sempre carne. Quando cheguei ao uso da razão e organizei o meu código de princípios, incluí nele o vegetarismo; mas era tarde para a execução. Fiquei carnívoro. Era a sorte humana; foi a minha. Não importa, o homem é carnívoro.

  Deus, ao contrário, é vegetariano. Para mim, a questão do paraíso terrestre explica-se clara e singelamente pelo vegetarismo. Deus criou o homem para os vegetais, e os vegetais para o homem.

   Enfim, chegou o dia 1.º de março; quase todos os açougues amanheceram sem carne. Chamei a família; com um discurso mostrei-lhe que a superioridade do vegetal sobre o animal era tão grande, que devíamos aproveitar a ocasião e adotar o são e fecundo princípio vegetariano. Ervas, ervas santas, puras, em que não há sangue; todas as variedades das plantas, que não berram nem esperneiam, quando lhes tiram a vida. Convenci a todos; não tivemos almoço nem jantar, mas dois banquetes. Nos outros dias a mesma cousa.

    O vegetarismo é pai dos simples. Os vegetarianos não se batem; têm horror ao sangue. Eu não me dou por apóstolo único desta grande doutrina. Creio até que os temos aqui, anteriores a mim, e, — singular aproximação! — no próprio conselho municipal. Só assim explico a nota jovial que entra em alguns debates sobre assuntos graves e gravíssimos.

Machado de Assis. Carnívoros e vegetarianos. In: A Semana, 1892 (com adaptações).
Considerando as ideias e os aspectos linguísticos do texto V, julgue (C ou E) o item subsequente.

Da leitura do segundo parágrafo conclui-se, consideradas a estrutura narrativa da crônica e a sequência temporal empregada no primeiro período desse parágrafo, que a oração “eu era carnívoro”, apesar da flexão verbal no pretérito imperfeito do indicativo, pode ser interpretada como correspondente ao presente do indicativo. CERTO
No segundo parágrafo, "Não sei se sabem que eu era carnívoro por educação e vegetariano por princípio", a oração “eu era carnívoro” utiliza o pretérito imperfeito do indicativo, que pode indicar uma ação habitual no passado. No entanto, considerando a estrutura narrativa e a sequência temporal do texto, essa forma verbal pode ser interpretada como correspondendo ao presente do indicativo para enfatizar a continuidade do hábito, ou seja, que o narrador ainda mantém a prática de ser carnívoro até o momento narrado. Assim, a flexão verbal no pretérito imperfeito transmite um estado ou hábito persistente, alinhando-se ao presente narrativo no contexto da crônica.

(fgv 2024) Verbos abundantes são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, o que ocorre predominantemente nos particípios.
Assinale a opção em que o verbo indicado não possui as duas formas apresentadas.
A) aceitar: aceitado e aceito.
B) matar: matado e morto.
C) morrer: morrido e morto.
D) pegar: pegado e pego.
E) chegar: chegado e chego.
O verbo chegar possui apenas o particípio regular (chegado) e não apresenta a forma irregular (chego).
Os demais verbos possuem ambas as formas:
• Aceitar: aceitado (regular) e aceito (irregular).
• Matar: matado (regular) e morto (irregular).
• Morrer: morrido (regular) e morto (irregular).
• Pegar: pegado (regular) e pego (irregular).

(fcc 2024) É adequada a articulação entre os tempos e modos verbais na seguinte frase:
A) Ficamos sem saber por que vem ela se dedicado a atos virtuosos que sua doença lhe impedisse de haver praticado.
“Vem” deveria ser “vinha”, “impedisse” deveria ser “impedia”, e “haver praticado” deveria ser “praticar”.
B) Quando perdesse a voz, em função da distrofia que lhe acometeria, ela passará a ensinar surdos e mudos.
“Passará” deveria ser “passaria” para manter a coerência com “perdesse” e “acometeria”.
C) Fora uma mulher em paz consigo mesma, apesar dos sofrimentos que a vida lhe reserve, ao desafiar seus limites.
“Reserve” deveria ser “reservava” para concordar com “fora”.
D) Quando me confessou que se mataria, não me surpreendi e disse que muita gente poderia vir a tomar igual decisão.
E) Segundo meu amigo, a dor maior comparece quando nos convencêssemos de que não sejamos os únicos a sofrer.
“Comparece” deveria ser “compareceria”, “convencêssemos” deveria ser “convencemos” e “sejamos” deveria ser “somos”.

(fcc 2024) Transpondo-se para a voz passiva a frase Todos esses atributos trarão de volta quem do lugar amado se afaste, as formas verbais ficarão, na ordem dada: será trazido - seja afastado
Quando o verbo é passado para a voz passiva, o sujeito muda.
Voz passiva analítica = VERBO SER + PARTICÍPIO
Ex. O homem pescou um peixe / Um peixe foi pescado pelo homem.
Todos esses atributos trarão de volta quem do lugar amado se afaste
Todos esses atributos será trazido de volta quem do lugar amado seja afastado.
(Quem do lugar amado seja afastado será trazido de volta todos esses atributos)

(fcc 2024) Tendes direito sobre a terra que cultivastes com vossas próprias mãos.

Transpondo-se adequadamente o tratamento verbal para 2ª pessoa do singular e a forma ativa para a passiva da frase acima, ela ficará: Tens direito sobre a terra que foi cultivada por tuas próprias mãos.
Voz passiva?
Dica: localizem questões com "se" ou "ado/ido"
Pois:
A voz passiva pode ser ANALÍTICA OU SINTÉTICA.
A voz passiva sintética é formada por um verbo transitivo direto (ou direto e indireto) na terceira pessoa (do singular ou plural) mais o pronome “se” (apassivador). Exemplo: Praticaram-se boas ações
A voz passiva analítica é formada pelo verbo auxiliar (ser ou estar) mais o particípio de um verbo transitivo direto (ou direto e indireto).
Exemplo: Boas ações foram praticadas.

(fgv 2024) As frases a seguir mostram uma forma sublinhada, composta de não + verbo.
Substituindo essa forma por um só verbo, de sentido equivalente, assinale a opção inadequada.
A) As nações europeias pediram que o exército russo não avançasse em seus propósitos. / recuasse.
B) O autor declarou que não dispunha de tempo para escrever os demais capítulos da novela. / carecia.
C) Não aceitou a oferta pelo carro, por considerá-la baixa. / recusou.
D) Não abriu a sua casa para evitar a curiosidade do público. / fechou.
Não abrir a casa não é o mesmo que fechá-la. Não abrir a casa, é deixá-la fechada. É uma não ação do verbo abrir, não necessariamente fechar a casa
E) Por sua idade avançada, preferia não gastar dinheiro. / economizar.

(fgv 2024) As opções a seguir mostram, corretamente, a substituição da forma sublinhada, composta de não + verbo, por um só verbo, de sentido equivalente, à exceção de uma. Assinale-a.
A) Os países da OTAN pediram que o exército russo não avançasse esta semana. / parasse.
B) O deputado informou que não dispunha de tempo para redigir uma nova versão do projeto. / carecia.
C) O Presidente não aceitou o convite para visitar a Alemanha. / declinou do.
D) Não abriu as portas do museu para evitar a curiosidade do público. / fechou.
E) Por seus futuros compromissos, preferia não gastar dinheiro / economizar.

(fgv 2022) Todas as frases abaixo mostram uma forma sublinhada, composta de não + verbo; substituindo essa forma por um só verbo, de sentido equivalente, a opção INADEQUADA, é:
A) Chamamos de complexo aquilo que não sabemos / ignoramos, desconhecemos;
B) Não erramos em ter opiniões firmes. Errado é não ter nada além disso / acertamos;
C) Costureira decente não perde a linha / mantém;
D) No jogo de ontem, o melhor time não venceu a partida / perdeu;
Não vencer, não significa que perdeu! Pode ter acontecido o empate.
E) Não permitiram que os ucranianos saíssem da capital / impediram.

(fgv 2022) Todas as frases abaixo mostram uma forma sublinhada, composta de não + verbo; substituindo essa forma por um só verbo, de sentido equivalente, a opção INADEQUADA é:
A) Para quem não sabe, uma babá é alguém que ganha bom dinheiro só para assistir TV e ler revistas / desconhece, ignora;
B) Todos esperavam ver a chuva de meteoros, mas eles não apareceram / desapareceram;
NÃO APARECER não necessariamente quer dizer DESAPARECER, mas pode nunca ter aparecido. Outro exemplo: Eu não apareci na festa. (~não estive presente) Eu desapareci da festa. (~estava, mas sumi) Essa substituição fica muito inadequada.
C) Os juízes do STF não concordaram a respeito do tema / discordaram;
D) A imprensa em geral não aplaudiu a sentença aplicada / reprovou;
E) Os proprietários decidiram não vender a fazenda / conservar.

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