Interpretação e Compreensão de texto
Interpretação de texto: decodificação dos diversos tipos de mensagem.
O que está por trás do texto.
Fazer inferências, deduções
Identificar os marcadores de inferências ou pressupostos
O gabarito ainda não foi divulgado (gabarito será divulgado)
O esquema tornou-se pública (não era)
Ele não gritava mais (antes gritava)
A criança caiu, mas não chorou (esperava-se que chorasse)
(fgv) Interpretar um texto correspondente prioritariamente a: decodificar os possíveis sentidos do texto
Compreensão de texto: observação dos processos que constroem os significados textuais. As características básicas da textualidade. As estruturas linguísticas no processo de construção de mensagens adequadas, com destaque para as várias classes de palavras.
O que está na superfície do texto.
reconhecer o tipo (estrutura do texto) e gênero textual (função do texto)
identificar a ideia central/o tema/ posicionamento do autor (modalizador)
chegar o sentido do texto (denotativo ou conotativo), as relações lógicas entre as frases
Compreensão Textual x Interpretação de Texto
compreensão textual = a informação está no texto (segundo o texto.., o autor afirma que…, de acordo com o texto,..., o texto informa que...,)
interpretação de texto = informação fora do texto (infere-se do texto…,
Questões comentadas
(fcc 2019) [Nossa quota de felicidade]
Os últimos 500 anos testemunharam uma série de revoluções de tirar o fôlego. A Terra foi unida em uma única esfera histórica e ecológica. A economia cresceu exponencialmente, e hoje a humanidade desfruta do tipo de riqueza que só existia nos contos de fadas. A ciência e a Revolução Industrial deram à humanidade poderes sobre-humanos e energia praticamente sem limites. A ordem social foi totalmente transformada, bem como a política, a vida cotidiana e a psicologia humana.
Mas somos mais felizes? A riqueza que a humanidade acumulou nos últimos cinco séculos se traduz em contentamento? A descoberta de fontes de energia inesgotáveis abre diante de nós depósitos inesgotáveis de felicidade? Voltando ainda mais tempo, os cerca de 70 milênios desde a Revolução Cognitiva tornaram o mundo um lugar melhor para se viver? O falecido astronauta Neil Armstrong, cuja pegada continua intacta na Lua sem vento, foi mais feliz que os caçadores-coletores anônimos que há 30 mil anos deixaram suas marcas de mão em uma parede na caverna? Se não, qual o sentido de desenvolver agricultura, cidades, escrita, moeda, impérios, ciência e indústria?
Os historiadores raramente fazem essas perguntas. Mas essas são as perguntas mais importantes que podemos fazer à história. A maioria dos programas ideológicos e políticos atuais se baseia em ideias um tanto frágeis no que concerne à fonte real de felicidade humana. Em uma visão comum, as capacidades humanas aumentaram ao longo da história. Considerando que os humanos geralmente usam suas capacidades para aliviar sofrimento e satisfazer aspirações, decorre que devemos ser mais felizes que nossos ancestrais medievais e que estes devem ter sido mais felizes que os caçadores-coletores da Idade da Pedra. Mas esse relato progressista não convence.
(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018, p. 386-387)
Para dar base à afirmação de que esse relato progressista não convence (3° parágrafo), o autor do texto
A) demonstra que a lógica da história nega a possibilidade de se avaliar a importância e as vantagens da civilização.
B) equipara o grau de felicidade dos nossos ancestrais imediatos com o daqueles que os antecederam.
C) faz ver que os programas ideológicos e políticos atuais não evidenciam uma efetiva escalada da felicidade humana.
A maioria dos programas ideológicos e políticos atuais se baseia em ideias um tanto frágeis no que concerne à fonte real de felicidade humana. Em uma visão comum, as capacidades humanas aumentaram ao longo da história. Considerando que os humanos geralmente usam suas capacidades para aliviar sofrimento e satisfazer aspirações, decorre que devemos ser mais felizes que nossos ancestrais medievais e que estes devem ter sido mais felizes que os caçadores-coletores da Idade da Pedra. Poderíamos ser mais felizes, mas não o somos. Logo, o relato progressista não é convincente.
D) mostra-se convicto de que os caçadores-coletores não foram mais felizes que nossos ancestrais medievais.
E) fundamenta essa descrença no fato de que nunca fomos capazes de questionar as leis mais rígidas da natureza.
(fcc 2019) [Nossa quota de felicidade]
Os últimos 500 anos testemunharam uma série de revoluções de tirar o fôlego. A Terra foi unida em uma única esfera histórica e ecológica. A economia cresceu exponencialmente, e hoje a humanidade desfruta do tipo de riqueza que só existia nos contos de fadas. A ciência e a Revolução Industrial deram à humanidade poderes sobre-humanos e energia praticamente sem limites. A ordem social foi totalmente transformada, bem como a política, a vida cotidiana e a psicologia humana.
Mas somos mais felizes? A riqueza que a humanidade acumulou nos últimos cinco séculos se traduz em contentamento? A descoberta de fontes de energia inesgotáveis abre diante de nós depósitos inesgotáveis de felicidade? Voltando ainda mais tempo, os cerca de 70 milênios desde a Revolução Cognitiva tornaram o mundo um lugar melhor para se viver? O falecido astronauta Neil Armstrong, cuja pegada continua intacta na Lua sem vento, foi mais feliz que os caçadores-coletores anônimos que há 30 mil anos deixaram suas marcas de mão em uma parede na caverna? Se não, qual o sentido de desenvolver agricultura, cidades, escrita, moeda, impérios, ciência e indústria?
Os historiadores raramente fazem essas perguntas. Mas essas são as perguntas mais importantes que podemos fazer à história. A maioria dos programas ideológicos e políticos atuais se baseia em ideias um tanto frágeis no que concerne à fonte real de felicidade humana. Em uma visão comum, as capacidades humanas aumentaram ao longo da história. Considerando que os humanos geralmente usam suas capacidades para aliviar sofrimento e satisfazer aspirações, decorre que devemos ser mais felizes que nossos ancestrais medievais e que estes devem ter sido mais felizes que os caçadores-coletores da Idade da Pedra. Mas esse relato progressista não convence.
(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018, p. 386-387)
O autor acredita que a felicidade humana
A) desafiou de tal forma as aspirações humanas mais democráticas que hoje os homens vêm desistindo de buscá-la.
B) constituiu-se como uma meta idealista das civilizações antigas que, no entanto, acabou por se esvaziar ao longo do tempo.
C) tornou-se um parâmetro tão rigoroso e obsessivo para todos os povos que nenhum deles foi capaz de alcançá-la.
D) impôs-se desde sempre como algo impalpável, razão pela qual vem merecendo a integral atenção dos humanistas.
E) nunca se apresentou como um critério que norteasse e qualificasse as sucessivas etapas da história humana.
(fcc 2019) Atenção: Para responder a questão, leia a notícia a seguir, publicada em 15 de março de 2019.
Estudantes vão às ruas em protesto global contra mudança climática
Milhares de estudantes saíram às ruas nesta sexta-feira (15) para protestar por medidas efetivas no combate às mudanças climáticas.
O movimento “Fridays For Future” (Sextas-feiras pelo futuro) ganhou força com Greta Thunberg, que uma vez por semana falta às aulas, em Estocolmo, para se sentar em uma praça em frente ao Parlamento da Suécia e pedir medidas concretas contra o aquecimento global. Nesta sexta, não foi diferente. Greta protestou diante do Parlamento na capital do país, cercada por 30 manifestantes. Ao todo, nesta sexta, estão previstos 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades têm protestos agendados.
“Não sou a origem do movimento. Já existia. Precisava apenas de uma faísca para acender. Vivemos uma crise existencial ignorada durante décadas. Se não agirmos agora, será muito tarde”, disse Thunberg.
Desde o ano passado, Greta já discursou em eventos internacionais como a COP24, a Conferência do Clima da ONU, em dezembro, e no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, em janeiro. Nesta quinta (14), ela foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz por três políticos noruegueses por sua atuação na agenda ambiental.
(Adaptado de: OLIVEIRA, Elida. Portal G1, 15.03.2019. Disponível em: https://g1.globo.com)
Conforme o texto, o movimento “Fridays For Future” tem o propósito de
A) conscientizar os cidadãos comuns de que eles são os principais responsáveis pelos efeitos do aquecimento global.
B) unir jovens do mundo todo que estudam especificamente os impactos das mudanças climáticas sobre as futuras gerações.
C) levantar fundos para obras de redução dos malefícios que o aquecimento global trouxe à sociedade atual.
D) levar as escolas a liberar os alunos das aulas para que eles possam falar de modo informal sobre o meio ambiente.
E) pressionar as autoridades quanto à urgência de atuarem de modo mais decisivo contra o aquecimento global.
(fcc 2011)
1 A França, berço da tríade de valores modernos de liberdade,
2 igualdade e fraternidade, deu passo temerário ao
3 proibir o uso, em espaços públicos, de véus que cubram
4 totalmente o rosto. Trata-se de uma manifestação de intolerância
5 difícil de reconciliar com os valores que a nação
6 francesa veio a representar no mundo.
7 Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias
8 tradicionais em alguns grupos muçulmanos, como o
9 niqab (que deixa só os olhos à mostra) e a burca (que os
10 mantém cobertos por uma tela). A legislação adotada em
11 2010 entrou em vigor nesta semana e já motivou a aplicação
12 de uma multa de cerca de R$ 340.
13 A lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a
14 identificação da pessoa, sob o pretexto de que essa dissimulação
15 pode favorecer comportamentos suscetíveis de
16 perturbar a ordem pública. Vale para ruas, parques, escolas,
17 repartições, bibliotecas, hospitais, delegacias e ginásios
18 de esporte. Domicílios, veículos particulares e locais
19 de culto ficam excetuados.
20 Nesse grau de generalidade, a lei se aplicaria a qualquer
21 acessório - como máscaras ou capacetes - que oculte
22 o rosto. A intenção de discriminar muçulmanas transparece
23 quando se considera a exceção feita na lei: máscaras
24 usadas no contexto de festas, manifestações artísticas ou
25 procissões religiosas, "desde que se revistam de caráter
26 tradicional".
27 Cristãos, portanto, podem cobrir o rosto no Carnaval,
28 no Halloween ou em procissões. Muçulmanas, no dia a
29 dia, não - ainda que a peça seja de uso tradicional. O argumento
30 da obrigatoriedade de identificação é ponderável.
31 A própria legislação admite que a identidade seja confirmada
32 em recinto policial. A imposição de multa, porém, parece
33 abusiva.
34 A roupa e o uso de adereços - como crucifixos ou outros
35 símbolos religiosos - deveriam ser considerados parte integrante
36 do direito à expressão da personalidade, o que inclui
37 a fé. Decerto que em muitos casos o uso do véu é imposto
38 pela família e pode ser um símbolo de sujeição da
39 mulher, mas basta uma que o faça por vontade própria
40 para que a lei resulte em violação de seus direitos.
41 A medida extrema só encontra explicação no sentimento
42 xenófobo que se dissemina pela França. Vem a calhar
43 para o presidente Nicolas Sarkozy, que parece disposto
44 a tudo para melhorar seus índices de popularidade.
O título que dá conta do assunto tratado com prioridade no texto é:
a) Privilégios dos cristãos.
b) Intolerância à francesa.
Muito embora o texto mencione sobre todas as outras alternativas, trata do assunto intolerância quanto à proibição, na França, de se cobrir o rosto. O título "Intolerância à francesa" ganha peso porque é naquele país que surgiram os chamados direitos de primeira (liberdade), segunda (igualdade) e terceira (fraternidade) geração.
c) Datas religiosas e pagãs.
d) Índices de popularidade de Nicolas Sarkozy.
e) Lugares públicos e privados.
(fcc 2011) O autor do editorial, ao
a) referir-se a berço (linha 1), reconhece a França como origem de valores fundamentais, mas, ao mencionar modernos (linha 1), critica o anacronismo da tríade (linha 1)
b) falar em intolerância (linhas 4 e 5), toma como ponto de referência a cultura europeia contemporânea, que ele considera nada dever à tradição francesa.
c) caracterizar passo (linha 2), manifesta uma avaliação pessoal sobre a lei francesa, passando a fundamentar sua apreciação ao longo do texto.
d) mencionar niqab e burca (linha 9), defende que, na realidade, essas indumentárias são símbolos dos crimes praticados por certos grupos muçulmanos.
e) citar a legislação adotada em 2010 (linhas 10 e 11), inicia a argumentação que desabonará totalmente a lei que trata do uso de véus, visto que essa lei não preceitua nada que mereça séria consideração.
(fcc 2011) No aproveitamento que o autor fez da ideia, o grau de generalidade citado (linha 20) remete mais especificamente à não
a) citação do número da lei (linha 13).
b) identificação da pessoa (linha 14).
c) caracterização da forma como a lei interdita (linha 13).
d) definição do pretexto (linha 14).
e) especificação de vestimentas (linha 13).
Linha 13: A lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a identificação das pessoas...Quais vestimentas? a lei nâo as relaciona.
(fcc 2011) O segmento que expressa ponto de vista normativo por parte do editorialista é:
a) A França, berço da tríade de valores modernos de liberdade, igualdade e fraternidade, deu passo temerário...
b) Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias tradicionais em alguns grupos muçulmanos...
c) A legislação adotada em 2010 entrou em vigor nesta semana...
d) A imposição de multa, porém, parece abusiva.
e) A roupa e o uso de adereços - como crucifixos ou outros símbolos religiosos - deveriam ser considerados parte integrante do direito à expressão da personalidade…
O ponto de vista normativo do editorialista está na letra E porque só nela existe o uso de um verbo modalizador, ou seja, um verbo que exprime ponto de vista do autor do texto. O verbo DEVER é normalmente um verbo modalizador, pois apresenta noção de obrigatoriedade por parte de quem o usa. Exemplo: Você deve estudar. Percebe a noção de imposição, obrigatoriedade, como se fosse realmente uma "norma" a ser seguida. Daí a ideia de normatividade a que o enunciado faz referência.Verbo Auxiliar Modal
Expressam o modo como o locutor enxerga aquela ação verbal. Juntos com o verbo principal eles formam uma locução verbal. São eles: dever, poder, ter, saber, crer, precisar, etc.
Exemplos:
João pode andar pela praia hoje. João deve andar pela praia hoje. João precisa andar pela praia hoje.
Como podemos ver, dependendo do verbo auxiliar utilizado, o locutor pode expressar certeza, dúvida, desejo, etc.
(fcc 2011) Mas o sistema, por muito tempo restrito apenas à tela grande, estendeu-se progressivamente, com o desenvol- vimento das indústrias culturais, a outros domínios, liga- dos primeiro aos setores do espetáculo, da televisão, do show business.
Na frase acima, o segmento destacado equivale a:
a) por conta de ter ficado muito tempo restrito.
b) ainda que tenha ficado muito tempo restrito.
Como ficou restrito muito tempo a lógica seria de não progredir, por isso a resposta "B".
Na letra "D" o sentido do termo indica que ainda está restrito e não progrediu.
c) em vez de ter ficado muito tempo restrito.
d) ficando há muito tempo restrito.
e) conforme tendo ficado muito tempo restrito.
(PUC 2012) Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos.
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)
- Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:
a) os portugueses.
b) os negros.
c) os índios.
Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.
d) tanto os índios quanto aos negros.
e) a miscigenação de portugueses e índios.
(fcc 2011)
1 A França, berço da tríade de valores modernos de liberdade,
2 igualdade e fraternidade, deu passo temerário ao
3 proibir o uso, em espaços públicos, de véus que cubram
4 totalmente o rosto. Trata-se de uma manifestação de intolerância
5 difícil de reconciliar com os valores que a nação
6 francesa veio a representar no mundo.
7 Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias
8 tradicionais em alguns grupos muçulmanos, como o
9 niqab (que deixa só os olhos à mostra) e a burca (que os
10 mantém cobertos por uma tela). A legislação adotada em
11 2010 entrou em vigor nesta semana e já motivou a aplicação
12 de uma multa de cerca de R$ 340.
13 A lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a
14 identificação da pessoa, sob o pretexto de que essa dissimulação
15 pode favorecer comportamentos suscetíveis de
16 perturbar a ordem pública. Vale para ruas, parques, escolas,
17 repartições, bibliotecas, hospitais, delegacias e ginásios
18 de esporte. Domicílios, veículos particulares e locais
19 de culto ficam excetuados.
20 Nesse grau de generalidade, a lei se aplicaria a qualquer
21 acessório - como máscaras ou capacetes - que oculte
22 o rosto. A intenção de discriminar muçulmanas transparece
23 quando se considera a exceção feita na lei: máscaras
24 usadas no contexto de festas, manifestações artísticas ou
25 procissões religiosas, "desde que se revistam de caráter
26 tradicional".
27 Cristãos, portanto, podem cobrir o rosto no Carnaval,
28 no Halloween ou em procissões. Muçulmanas, no dia a
29 dia, não - ainda que a peça seja de uso tradicional. O argumento
30 da obrigatoriedade de identificação é ponderável.
31 A própria legislação admite que a identidade seja confirmada
32 em recinto policial. A imposição de multa, porém, parece
33 abusiva.
34 A roupa e o uso de adereços - como crucifixos ou outros
35 símbolos religiosos - deveriam ser considerados parte integrante
36 do direito à expressão da personalidade, o que inclui
37 a fé. Decerto que em muitos casos o uso do véu é imposto
38 pela família e pode ser um símbolo de sujeição da
39 mulher, mas basta uma que o faça por vontade própria
40 para que a lei resulte em violação de seus direitos.
41 A medida extrema só encontra explicação no sentimento
42 xenófobo que se dissemina pela França. Vem a calhar
43 para o presidente Nicolas Sarkozy, que parece disposto
44 a tudo para melhorar seus índices de popularidade.
O título que dá conta do assunto tratado com prioridade no texto é:
a) Privilégios dos cristãos.
b) Intolerância à francesa.
Muito embora o texto mencione sobre todas as outras alternativas, trata do assunto intolerância quanto à proibição, na França, de se cobrir o rosto. O título "Intolerância à francesa" ganha peso porque é naquele país que surgiram os chamados direitos de primeira (liberdade), segunda (igualdade) e terceira (fraternidade) geração.
c) Datas religiosas e pagãs.
d) Índices de popularidade de Nicolas Sarkozy.
e) Lugares públicos e privados.
(fcc 2011) O autor do editorial, ao
a) referir-se a berço (linha 1), reconhece a França como origem de valores fundamentais, mas, ao mencionar modernos (linha 1), critica o anacronismo da tríade (linha 1)
b) falar em intolerância (linhas 4 e 5), toma como ponto de referência a cultura europeia contemporânea, que ele considera nada dever à tradição francesa.
c) caracterizar passo (linha 2), manifesta uma avaliação pessoal sobre a lei francesa, passando a fundamentar sua apreciação ao longo do texto.
d) mencionar niqab e burca (linha 9), defende que, na realidade, essas indumentárias são símbolos dos crimes praticados por certos grupos muçulmanos.
e) citar a legislação adotada em 2010 (linhas 10 e 11), inicia a argumentação que desabonará totalmente a lei que trata do uso de véus, visto que essa lei não preceitua nada que mereça séria consideração.
(fcc 2011) No aproveitamento que o autor fez da ideia, o grau de generalidade citado (linha 20) remete mais especificamente à não
a) citação do número da lei (linha 13).
b) identificação da pessoa (linha 14).
c) caracterização da forma como a lei interdita (linha 13).
d) definição do pretexto (linha 14).
e) especificação de vestimentas (linha 13).
Linha 13: A lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a identificação das pessoas...Quais vestimentas? a lei nâo as relaciona.
(fcc 2011) A expressão do texto que está corretamente entendida é:
a) (linhas 4 e 5) manifestação de intolerância difícil de reconciliar / forma de repressão que se manifesta pela dificuldade de conciliação com as pessoas.
b) (linhas 5 e 6) valores que a nação francesa veio a representar no mundo / qualidades francesas que poderiam se tornar símbolos mundiais.
c) (linhas 7 e 8) a proibição criminaliza o porte de indumentárias tradicionais / a interdição acaba produzindo o crime de porte ilegal de indumentárias tradicionais.
d) (linhas 14 e 15) sob o pretexto de que essa dissimuação / com a alegação de que essa ocultação.
e) (linhas 15 e 16) pode favorecer comportamentos suscetíveis de perturbar a ordem pública / favoreceria comportamentos passíveis de atentar contra regimes democráticos.
(fcc 2011) É correto afirmar:
a) Os parênteses (linhas 9 e 10), nos dois casos, acolhem retificação do significado comumente atribuído às palavras niqab e burca.
b) Os termos separados por vírgulas e unidos pelo e (linhas 16 a 18) - Vale para ruas [...] e ginásios de esporte - formam sequência que vai do ambiente menor para o maior.
c) As aspas (linhas 25 e 26) indicam que o autor do segmento não é o editorialista.
O autor apenas reproduziu as palavras contidas no texto da lei e por isso usou as aspas.
d) O travessão depois da palavra não (linha 29) é exigência, pois ele sinaliza que a expressão podem cobrir foi suprimida.
e) Os travessões (linhas 34 e 35) isolam uma comparação, alojando os termos considerados superiores aos demais.
(fcc 2011) O segmento que expressa ponto de vista normativo por parte do editorialista é:
a) A França, berço da tríade de valores modernos de liberdade, igualdade e fraternidade, deu passo temerário...
b) Na prática, a proibição criminaliza o porte de indumentárias tradicionais em alguns grupos muçulmanos...
c) A legislação adotada em 2010 entrou em vigor nesta semana...
d) A imposição de multa, porém, parece abusiva.
e) A roupa e o uso de adereços - como crucifixos ou outros símbolos religiosos - deveriam ser considerados parte integrante do direito à expressão da personalidade…
O ponto de vista normativo do editorialista está na letra E porque só nela existe o uso de um verbo modalizador, ou seja, um verbo que exprime ponto de vista do autor do texto. O verbo DEVER é normalmente um verbo modalizador, pois apresenta noção de obrigatoriedade por parte de quem o usa. Exemplo: Você deve estudar. Percebe a noção de imposição, obrigatoriedade, como se fosse realmente uma "norma" a ser seguida. Daí a ideia de normatividade a que o enunciado faz referência.Verbo Auxiliar Modal
Expressam o modo como o locutor enxerga aquela ação verbal. Juntos com o verbo principal eles formam uma locução verbal. São eles: dever, poder, ter, saber, crer, precisar, etc.
Exemplos:
João pode andar pela praia hoje. João deve andar pela praia hoje. João precisa andar pela praia hoje.
Como podemos ver, dependendo do verbo auxiliar utilizado, o locutor pode expressar certeza, dúvida, desejo, etc.