Norma Padrão

QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 

(fundep 2024) Norma culta ou norma padrão é: a variedade linguística de maior prestígio.
De acordo com Magda Soares, a norma culta é a de maior prestígio pelo fato de ser o dialeto falado pelas classes sociais privilegiadas, particularmente em situações de maior formalidade, usado nos meios de comunicação de massa (jornais, revistas, noticiários de televisão, etc.), ensinado na escola, e codificado nas gramáticas escolares.

(fcc 2017) A frase que está escrita em conformidade com a norma-padrão da língua é:
A) A cultura e os costumes de um povo representam aspectos sócio-culturais que tendem a ser reproduzidas pelos seus membros em geral e passadas a seus descendentes, geração a geração.
socioculturais.
B) A cultura e os costumes de um povo representa aspectos sócio-culturais que tendem a ser reproduzidas pelos seus membros em geral e passadas a seus decendentes, geração à geração.
descendentes. socioculturais.
C) A cultura e os costumes de um povo representa aspectos socioculturais que tendem à ser reproduzido pelos seus membros em geral e passados a seus descendentes, geração a geração.
não necessita crase.
D) A cultura e os costumes de um povo representam aspectos socioculturais que tendem a ser reproduzidos pelos seus membros em geral e passados a seus descendentes, geração a geração.
tendem a serem - somente um dos verbos carrega a flexão, logo o correto é “tendem a ser”
E) A cultura e os costumes de um povo representam aspectos socioculturais que tendem a serem reproduzidos pelos seus membros em geral e passados à seus decendentes, geração a geração.
descendentes

(fcc 2016) Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão.

Zé de Julião, muito além do cangaço

    Em 1977 estava em Sergipe para realizar um episódio do Globo Repórter; adentrei os sertões e cheguei a Poço Redondo. A pequenez da cidade contrastava com a riqueza cultural e a hospitalidade dos seus moradores. A alegria do encontro com sua gente guardava outras surpresas. Poço Redondo é o epicentro simbólico da história do cangaço. Aí morreram Lampião e Maria Bonita, e muitos outros. Aí conheci o escritor e historiador de sua gente, meu saudoso amigo Alcino Alves Costa. E foi dele que ouvi oralmente a história de Zé de Julião.

    Nesse momento, o cangaço deixou de ser um coletivo para mim e passei a ver nele a dimensão dos seus integrantes como pessoas reais em suas individualidades, grandezas e misérias. Foi aí também que nos prometemos, eu e Alcino, a realizar um filme sobre a extraordinária vida daquele homem, que de alguma forma une os dois grandes símbolos da cultura brasileira: o cangaço e Brasília. O cangaço, representativo da insubmissão violenta à opressão, e Brasília, esse marco da grande utopia de uma nação democrática, justa para todos, e pela qual continuamos a lutar.

    Aconteceu; e não foi só um filme, são dois. Em 2012, realizei o ficção “Aos ventos que virão”. Hoje entrego ao povo sergipano o “Zé de Julião, muito além do cangaço”, documentário que busca contar a vida desse homem de caminhos com tantas alegrias, tragédias e símbolos.

(Adaptado de: PENNA, Hermano. Disponível em: http://expressaosergipana.com.br)

Aí conheci o escritor e historiador de sua gente, meu saudoso amigo Alcino Alves Costa. E foi dele que ouvi oralmente a história de Zé de Julião. (1º parágrafo) Considerando-se a norma-padrão da língua, ao reescrever-se o trecho acima em um único período, o segmento destacado deverá ser antecedido de vírgula e substituído por

A) perante ao qual

B) de cujo

C) o qual

D) frente à quem

E) de quem

O termo destacado traz a preposição “de” com sentido de origem: “ouvi dele, ouvi do escritor”. A única alternativa que trouxe um pronome relativo acompanhado dessa preposição foi a letra E.

Não se usa preposição a depois de perante. Além disso, ouvir algo “de alguém” é diferente de ouvir algo “perante alguém”. Incorreta a letra A.

O pronome “cujo” liga dois substantivos, estabelecendo relação de posse entre eles. Não é possível usar “cujo” para substituir “quem/que/o qual...”. Por isso, não serve a letra B.

O pronome “o qual” serviria para substituir o “quem”, mas não foi mantida a preposição “de”. Incorreta a letra C.

Não é possível a crase antes do pronome “quem”, pois este não admite artigo feminino. Incorreta a letra D.


(fcc 2019) [Nossa quota de felicidade]

      Os últimos 500 anos testemunharam uma série de revoluções de tirar o fôlego. A Terra foi unida em uma única esfera histórica e ecológica. A economia cresceu exponencialmente, e hoje a humanidade desfruta do tipo de riqueza que só existia nos contos de fadas. A ciência e a Revolução Industrial deram à humanidade poderes sobre-humanos e energia praticamente sem limites. A ordem social foi totalmente transformada, bem como a política, a vida cotidiana e a psicologia humana.

      Mas somos mais felizes? A riqueza que a humanidade acumulou nos últimos cinco séculos se traduz em contentamento? A descoberta de fontes de energia inesgotáveis abre diante de nós depósitos inesgotáveis de felicidade? Voltando ainda mais tempo, os cerca de 70 milênios desde a Revolução Cognitiva tornaram o mundo um lugar melhor para se viver? O falecido astronauta Neil Armstrong, cuja pegada continua intacta na Lua sem vento, foi mais feliz que os caçadores-coletores anônimos que há 30 mil anos deixaram suas marcas de mão em uma parede na caverna? Se não, qual o sentido de desenvolver agricultura, cidades, escrita, moeda, impérios, ciência e indústria?

      Os historiadores raramente fazem essas perguntas. Mas essas são as perguntas mais importantes que podemos fazer à história. A maioria dos programas ideológicos e políticos atuais se baseia em ideias um tanto frágeis no que concerne à fonte real de felicidade humana. Em uma visão comum, as capacidades humanas aumentaram ao longo da história. Considerando que os humanos geralmente usam suas capacidades para aliviar sofrimento e satisfazer aspirações, decorre que devemos ser mais felizes que nossos ancestrais medievais e que estes devem ter sido mais felizes que os caçadores-coletores da Idade da Pedra. Mas esse relato progressista não convence.

(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018, p. 386-387) 

Está integralmente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

A) Há autores que já conviram em que o progresso é uma constante da civilização humana, não havendo como refutar-lhe em seus avanços.

O correto seria: convieram (pretérito perfeito do indicativo); convieram DE alguma coisa e não "em": convieram de que...

B) Aos defensores do progresso à qualquer custo deve-se lembrar as medidas que em nome do mesmo vem sacrificando e penalizando milhões de pessoas.

Não temos o artigo definido "a" antes do pronome "qualquer", logo o correto seria somente o uso da preposição: a qualquer custo...

C) Muitos imaginam de que o progresso seja um elemento incontestável, ao passo que seus efeitos podem ser claramente perceptíveis.

Quem imagina, imagina alguma coisa (verbo transitivo direto, complemento sem preposição), logo o uso da preposição "de" está inadequado.

D) A pouca gente ocorre contestar, como faz o autor, o sentido absoluto do propalado progresso de que estaríamos desfrutando ao longo da história.

 E) Seria preciso que os fatos históricos sucedessem-se numa linha ininterrupta aonde não teríamos como se desviar ou se reverter seu processo.

Temos a conjunção integrante "que" sendo fator atrativo do pronome, o correto seria: que... se sucedessem; como desviar DE alguma coisa, não poderia ser usado o "onde", visto que não é um lugar que está sendo retomado, o correto seria: de que ou da qual (retomando o termo "linha ininterrupta").

Onde significa no lugar e equivale a em que, no(a) qual; aonde significa ao lugar.

(quadrix 2023) 

Ainda sobre o primeiro quadrinho, é possível notar que há um desvio em relação àquilo que a norma padrão prescreve como "linguagem formal". Caso o autor pretendesse seguir a norma padrão de nossa gramática, escreveria: "Sim, coloquei-o no freezer".

(fepese 2022) Assinale a frase que está de acordo com a norma da língua escrita padrão.
A) Creia, Senhor Ministro, que V. Exa. é muito estimada pelos eleitores do Presidente.
Creio.
B) Nesse caso, os seguranças interviram a tempo e conteram os invasores.
Intervieram.
C) Por piores que sejam as consequências, estas são as únicas soluções possíveis.
D) Sra. Matilde, logo à tarde haverão dois pedreiros para consertar a calçada, mas antes eles querem falar consigo.
Haverá.
E) Não tenhas receio, amiga, pois gosto muito de você e lhe acompanharei até o fim.
lhe acompanharei (quem acompanha, acompanha alguém, logo: a acompanharei.)

(fcc 2015) A frase escrita com clareza e atendendo às normas de concordância da norma-padrão é:
A) Algumas pessoas detém uma capacidade para memorizar sabores e texturas maior que a média, as quais passam a ser usadas como ferramentas de trabalho.
Como o sujeito é "algumas pessoas" é DETÊM com acento circunflexo.
B) Podem haver muitas explicações científicas para o funcionamento da memória, mas ainda assim suas causas profundas continuam um mistério para os poetas.
O verbo "haver" no sentido de existir é impessoal, transmitindo sua impessoalidade ao verbo auxiliar "poder," por isso, o verbo fica na 3.ª pessoa do singular.
C) Considerada, pelos poetas, uma ponte entre o corpo e a alma, a memória do paladar é responsável por compor o conjunto de traços que nos liga às nossas origens.
D) Quando alguns alimentos se enchem de significado afetivo, tornam-se catalisadores de recordações; por isso, voltar ao passado ao prová-los serão inevitáveis.
Faça a pergunta ao verbo: o que será inevitável? Resposta: voltar ao passado. Quando o sujeito da oração é um verbo no infinitivo, o verbo fica no singular.
E) O paladar, tanto quanto o olfato para alguns, podem evocar experiências agradáveis, mas também traumas que se julgava resolvido.
O pronome relativo "que" exerce a função de sujeito e está retomando a palavra "traumas," assim o verbo vai para o plural para concordar com o sujeito.

(fcc 2017)  [A obsessão pelo futuro]
      Desprezível é a alma obcecada pelo futuro, a que é infeliz antes da infelicidade. Não terá descanso, e a necessidade de querer conhecer o futuro lhe fará deixar de lado o presente que poderia ser melhor desfrutado. Tal criatura sofre o mesmo na espera e nas suas desgraças, aflige-se mais do que é preciso e antes do necessário. A mesma fraqueza que faz com que veja a aflição faz com que não saiba avaliá-la. O mesmo descomedimento com que aguarda a felicidade absoluta faz com que esqueça que o fio sobre o qual o gênero humano oscila nada mais nos promete do que o imprevisto.
   (Adaptado de: SÊNECA. Aprendendo a viver. Porto Alegre: L&PM, 2010, p. 100-101) 
Está inteiramente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto;
A) Ponderando sobre a obsessão que tem os homens pelo futuro, Sêneca dispõe de que deveríamos nos aproveitarmos do que nos oferece os momentos presentes, ao em vez de sofrer-lhe os desgostos da espera.
tem deveria ser “têm”
B) Segundo Sêneca, as pessoas que vivem na expectativa do que lhes aguarda no futuro acabam por não usufruir das reais possibilidades de prazer que, não fosse sua obsessão pelo devir, estão ao seu alcance no presente.
Devir (do latim devenire, chegar) é um conceito filosófico que significa as mudanças pelas quais passam as coisas.
C) Um filósofo como Sêneca, condena os descomedimentos humanos, por onde sofremos com as obsessões de que alimentamos em relação ao que nos aguarda, razão pela qual não as evitamos nem lhes aproveitamos.
não se separa sujeito de verbo (neste caso está com vírgula)
D) Seria preciso, como quer Sêneca, reconhecermos de que nos sustentam tão somente, as oscilações de um fio tênue, em vez de desconsiderarmos o que aja de imprevisto nos dias que ainda haveremos de viver.
reconhecermos que nos...
E) Quanto à infelicidade humana, Sêneca não lhe considera inevitável, conquanto saibamos que, sofrer nos dias presentes, não se trata mais do que viermos a antecipar as dores com que não nos poupará o futuro.
não a considera

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