Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários


QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS

(prefeitura do rj 2015) Quanto a um regime de câmbio fixo, em comparação a um regime de câmbio flutuante, espera-se que: as autoridades monetárias percam o controle sobre a política monetária, dificultando o uso deste tipo de instrumento para influenciar o nível de atividade econômica.

Cambio fixo: política fiscal eficaz, política monetária ineficaz Cambio flutuante: política fiscal ineficaz, política monetária eficaz


(cespe 2014) No regime de câmbio fixo, a política monetária é inócua e a taxa de juros não consegue ativar a economia, dado que a autoridade monetária deve assegurar o equilíbrio no mercado de câmbio à paridade fixada entre moeda nacional e estrangeira. Como vantagem, a taxa de câmbio fixa pode ser utilizada como âncora para a estabilidade de preços, mas esse regime depende do crescimento das reservas, que é limitado. CERTO

Política monetária não funciona em câmbio fixo, somente a política fiscal para manter o câmbio fiscal.


(cespe 2002) Em uma economia aberta, com preços fixos, a política fiscal é mais efetiva no controle da demanda agregada em um regime de câmbio fixo do que em um regime de câmbio flexível. CERTO


(fundatec 2022) Quanto aos regimes cambiais, analise as assertivas abaixo, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas. ( ) No regime de câmbio fixo, a taxa de câmbio é denominada dirty floating (flutuação suja). Nesse regime, a taxa é fixada pela flutuação determinada pelo mercado. O Banco Central intervém sempre que necessário para fixar a taxa de câmbio. ( ) No regime de taxas flutuantes, o valor é determinado livremente no mercado a partir da oferta e procura por divisas. Nessa situação, não há intervenção do Banco Central. ( ) No regime de bandas, a taxa de câmbio flutua dentro de um intervalo com limites máximos e mínimos, por isso é chamado de bandas. Quando a taxa se aproxima do limite máximo, o Banco Central entra no mercado vendendo divisas, provocando diminuição da taxa de câmbio. Caso a taxa de câmbio se aproxime do limite mínimo, o Banco Central entra no mercado comprando divisas, elevando a taxa de câmbio. ( ) De modo geral, quanto mais alta a taxa de câmbio, maior deverá ser a quantidade que as firmas desejarão exportar e quanto menor for a taxa de câmbio, menos as firmas desejarão exportar. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: F – V – V – V.


(quadrix 2023) A grande vantagem de um regime de câmbio fixo é a maior proteção das reservas cambiais contra ataques especulativos. Já em um regime de câmbio flutuante, as reservas cambiais estão mais vulneráveis a ataques especulativos. ERRADO

Em um regime de câmbio fixo, a taxa de câmbio é mantida estável pelo banco central, o que pode proteger temporariamente as reservas cambiais contra ataques especulativos. No entanto, essa proteção pode ser insustentável a longo prazo. Em um regime de câmbio flutuante, a taxa de câmbio é determinada pelo mercado, tornando as reservas cambiais menos relevantes para a estabilidade cambial. A vulnerabilidade a ataques especulativos depende mais das percepções dos investidores e da política econômica do país.


(fcc 2016) No domínio dos regimes cambiais,: o regime de câmbio flutuante não requer a intervenção do Banco Central.


(cespe 2009) Em regime de câmbio fixo, a autoridade monetária tem poder limitado na determinação da política monetária. CERTO


(cespe 2009) Em regime de câmbio fixo, o mercado define o valor da taxa de câmbio, e a autoridade monetária determina o nível das reservas internacionais do país. ERRADO

No regime de câmbio fixo, é a autoridade monetária de define a taxa de câmbio. Nesse contexto, o governo sempre buscará ajustar o estoque de moeda para garantir a paridade fixa, o que tem o condão de inviabilizar uma política monetária ativa, pois há perda de independência monetária. 


(cesgranrio 2021) Desde 1999, o Brasil adota um regime de câmbio flutuante (ou flexível). Considerando-se a prática brasileira desde então, nesse regime cambial, a: taxa de câmbio é determinada pela oferta e demanda de moeda estrangeira.

O câmbio flutuante é o regime cambial brasileiro desde 1999, quando o Plano Real já estava estabelecido. Desde então, a cotação das moedas varia de acordo com a oferta e a demanda, sem intervenções diretas do Banco Central (BCB) no sentido de estabelecer uma taxa cambial específica. Ou seja, a troca de moedas nacionais por moedas estrangeiras não persegue uma taxa de câmbio fixa. A flutuação ocorre de acordo com o volume de compra e venda de moedas. O Banco Central só interfere nesse sistema para manter a funcionalidade do mercado de câmbio, controlando os momentos quando ocorrem oscilações bruscas.


(cesgranrio 2019) Um aumento da taxa de juros doméstica, relativamente à taxa de juros no exterior, acarretaria, de imediato, a (o): valorização cambial de moeda doméstica em relação á estrangeira, caso o regime seja de taxa de câmbio flutuante.

(cesgranrio 2021) A relação entre a mudança de percentual na taxa de câmbio à vista, ao longo do tempo, e o diferencial entre taxas de juros comparáveis em diferentes mercados de capitais nacionais é conhecida como o efeito Fisher internacional. O Fisher-open, como é frequentemente chamado, indica que as taxas de câmbio à vista devem mudar em uma quantidade: igual, mas em direção oposta à diferença nas taxas de juros entre dois países.

A hipótese estipula especificamente que taxas de câmbio são esperadas que se modifiquem de forma igual e em direção oposta do diferencial nas taxas de juros. Ou seja: a moeda que tiver a maior taxa de juros é esperado que deprecie em relação a moeda com a menor taxa de juros. Esse método é considerado pouco eficaz atualmente, por isso caiu em desuso.


(cesgranrio 2015) Há várias denominações operacionais para as taxas de câmbio R$/US$, as quais se referem às operações em diferentes segmentos do mercado cambial. A taxa de câmbio: de cobertura se refere à cotação de compra de dólares do Banco Central do Brasil pelos bancos, quando há eventuais excessos na posição vendida.

TAXAS DE CÂMBIO a - De Cobertura: refere-se à cotação de compra de dólares do Banco Central do Brasil pelos bancos, quando há eventuais excessos na posição vendida. CORRETA. b - Cabo: refere-se às cotações de compra e de venda do dólar, o qual será transferido diretamente para o exterior. c - De Repasse: refere-se à cotação dos repasses de dólares dos bancos ao Banco Central do Brasil, quando não encontram aplicações para eventuais excessos na posição comprada. d - Ptax: refere-se às cotações de compra e de venda do dólar entre os bancos brasileiros. e - Pronta: refere-se à liquidação de operações interbancárias com o prazo de até 48 horas.


(cesgranrio 2018) A reação dos mercados de câmbio ontem deu uma boa sinalização de qual pode ser o caminho caso Washington intensifique o tom em relação às relações comerciais dos Estados Unidos com o restante do mundo. As moedas emergentes recuaram a mínimas em dez dias, segundo dados do Deutsche Bank, sob peso da queda de divisas correlacionadas às matérias- primas – como o rand sul-africano e o real brasileiro (...). No Brasil, o dólar fechou em alta de 0,90%, para R$3,290, no maior nível desde o último 9 de fevereiro. Na máxima, a cotação beirou os R$3,30 ao tocar R$3,2966. CASTRO, J. Dólar deve subir no curto prazo, dizem analistas. Valor Econômico, 15 mar. 2018, p.C2. Adaptado.

Em países que adotam o regime de câmbio flutuante, as mudanças diárias observadas nas taxas de câmbio estão relacionadas a diversos fatores. Considerando-se, no entanto, exclusivamente, a matéria jornalística, o principal fator que explica a desvalorização do real brasileiro no movimento diário do mercado de câmbio descrito no texto foi a(o): incerteza futura e maior percepção de risco por parte dos investidores

A questão exigiu conhecimentos acerca dos regimes de câmbio existentes, bem como suas características de funcionamento. Além do regime de câmbio flutuante (ou flexível), atualmente utilizado no Brasil, existem outros dois regimes de câmbio outrora utilizados por aqui, são eles: regime de câmbio fixo e regime de bandas cambiais. A matéria cita uma intensificação no tom da relação comercial dos Estados Unidos com o mundo, isto é, levando em consideração que a América possui a maior economia do mundo, mudanças neste sentido geram inúmeras incertezas em relação a riscos futuros. Tivemos no ano de 2019 o chamado tradewar, onde Donald Trump e o presidente da China Xi Jinping tiveram rusgas ao longo de todo o ano, elevando tarifas um contra o país do outro, o que gerou inúmeras incertezas e causou uma valorização mundial do dólar, atingindo fortemente não somente o Brasil através da desvalorização de sua moeda, como praticamente todos os países emergentes.


(cesgranrio 2021) Aqueles que participam do mercado de câmbio de um país podem ser divididos entre os que produzem divisas e os que cedem divisas. Produzem e cedem divisas, respectivamente, os: que recebem transferências do exterior; os que remetem lucro ao exterior.

De acordo com Fortuna (2005), os elementos que participam do mercado de câmbio são divididos em: os que produzem (trazem dinheiro para o país) são os exportadores, os tomadores de empréstimos e investimentos, os turistas estrangeiros e os que fazem transferência para o exterior. E os que cedem (remetem dinheiro para o exterior) são os importadores, os tomadores de empréstimos e investidores (remetem ao exterior os rendimentos do capital investido, como lucros e dividendos) e os que fazem transferência para o exterior.


(cesgranrio 2021) As relações internacionais implicam relações de trocas entre as moedas, ou seja, a variável econômica conhecida como taxa de câmbio. Assim, quanto mais valorizada for a moeda de um país, menor será o poder de competitividade do produto desse país, piorando o saldo em transações correntes. Nesse sentido, uma valorização cambial: estimula as importações e desestimula as exportações, mas com uma desvalorização cambial ocorre o inverso.

• Valorização cambial: Cai o preço da moeda estrangeira no país -> estimula a importação. Sobe o preço da moeda nacional no exterior -> desestimula a exportação. • Desvalorização cambial: Sobre o preço da moeda estrangeira no país -> desestimula a importação. Cai o preço da moeda nacional no exterior -> estimula a exportação


(cesgranrio 2021) Embora as taxas de câmbio R$/US$, cotadas diariamente nos mercados de câmbio à vista, sejam expressas em valores nominais, ao longo do tempo essas taxas podem-se desviar de seus valores reais. Contribui para a apreciação real da moeda brasileira, em relação ao dólar norte-americano, a(o): taxa de inflação no Brasil maior do que a taxa de inflação norte-americana.

A DESvalorização do real favorece a inflação no mercado interno e a exportação para o mercado externo. A VAlorização do real favorece a queda da inflação no mercado interno e a importação de produtos.


(cesgranrio 2015) Uma desvalorização cambial da moeda brasileira (real) frente à moeda norte-americana (dólar), implica a(o): estímulo às exportações brasileiras para os EUA.

A desvalorização do real ante o dólar, em outras palavras, significa que para se comprar uma mercadoria cujo preço seja fixado em dólares, eu preciso de uma maior quantidade de reais. Assim, um exportador, que vende mercadorias para os EUA, receberia por estas mercadorias, uma quantidade maior de reais, o que seria um estímulo para vender mais para os EUA.


(cesgranrio 2021) A entidade responsável pela execução da política cambial no Brasil é o(a): Banco Central do Brasil (Bacen)

Qual é o papel do Banco Central no mercado de câmbio? O Banco Central executa a política cambial definida pelo Conselho Monetário Nacional. Para tanto, regulamenta o mercado de câmbio e autoriza as instituições que nele operam.


(cesgranrio 2021) A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus provocou a maior fuga de capitais da história do Brasil. Dados divulgados nesta quarta-feira (24/6) pelo Banco Central (BC) explicam que os investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões do mercado brasileiro de títulos e ações só em março, abril e maio deste ano. Por isso, as retiradas somam R$ 50,9 bilhões nos últimos 12 meses; o maior índice da série histórica do BC. BARBOSA, M. US$ 50,9 bilhões saíram do mercado financeiro brasileiro em 12 meses. Correio Braziliense, 24/6/2020. Disponível em:<https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2020/06/24/internas_econo mia,866513/us-50-9-bilhoes--sairam-do-mercado-financeiro-brasileiro-em-12-meses.shtml>. Acesso em: 22 jan. 2021.

Considerando-se os efeitos sanitários, econômicos e sociais decorrentes da pandemia da Covid-19 na economia global, o principal fator que justifica tamanha fuga de capitais do Brasil no ano passado é o(a): maior percepção de risco, por parte dos estrangeiros, em investir em ativos denominados em moeda brasileira.

O principal motivo que levou à fuga de capitais estrangeiros do Brasil no período citado foi a maior percepção de riscos dos investidores estrangeiros em investir no Brasil. Esse foi um fator que impactou não somente o Brasil, mas também outros mercados emergentes, em diferentes níveis de intensidade.


(cesgranrio 2021) De acordo com os dados do Banco Central do Brasil, entre dezembro de 2019 e outubro de 2020, a taxa de câmbio aumentou, em média, de R$4,11/US$ para R$5,63/US$, representando uma depreciação de 37% da moeda brasileira, em termos nominais, e de 35%, em termos reais. Considerando os fatores que determinam as alterações na taxa de câmbio ao longo do tempo, a depreciação observada no período assinalado refletiu a(o): fuga de capitais, diante da incerteza com respeito aos impactos da crise pandêmica.

A depreciação da moeda, ocorre devido à queda involuntária do valor da moeda corrente, em consequência de eventos como possíveis impactos na oferta e demanda. Sendo assim, a depreciação da moeda é involuntária e ocorre sem que o governo tenha controle, podendo inclusive, causar grandes impactos negativos para a economia do país.


(CESPE-UnB 2008) As crises cambiais da década passada mostraram que a única opção viável de regime cambial para países emergentes são as chamadas posições extremas: flutuação total ou âncora ultra-rígida, do tipo currency board. ERRADO

Atualmente,  o  regime  cambial  de  flutuação  suja  apresenta  alternativa  aos  modelos apresentados  pela questão,  além  de  se  situar  entre  os  modelos  extremos.  Por  conta  disso  e  da  eficácia  empírica  que apresentam, são utilizados na atualidade. O  regime  de  flutuação  suja  prevê  intervenções esporádicas no câmbio pelo Banco Central com o objetivo de tornar as oscilações do câmbio menos bruscas, pois tal fato pode trazer incertezas aos agentes econômicos e prejudicar a atividade econômica. 


(CESPE 2008) Regimes de câmbio fixo são mais adequados para tentativas de controle da inflação, enquanto regimes de câmbio flutuante se adequam mais a correções de preços relativos em situação de choques externos. CERTO

A  questão  faz  uma  importante  observação.  O  regime  de  câmbio  fixo,  ao  passo  que  mantém  a  cotação cambial,  não  permite  que  possíveis  desvalorizações  cambiais  sejam  repassadas  aos  preços  (fenômeno conhecido como pass through), o que ajuda no controle da inflação. Por sua vez, o regime flutuante é mais eficaz para adequar os preços relativos, através da variação da moeda doméstica em relação à moeda externa. 


(questão) No sistema conhecido como crawling band, fixa-se uma faixa dentro da qual a cotação da moeda pode flutuar livremente; o piso e o teto não podem ser alterados durante todo o período em que o sistema for adotado. ERRADO

A  crawling  band  é um regime  cambial  conhecido  como  banda  cambial.  Lembrando,  é  aquele regime intermediário no qual o Banco Central fixa uma banda como limites superior e inferior no qual a taxa de câmbio pode oscilar livremente. Uma  questão  importante  que  precisa  ser  gravada  é  que  a  banda  cambial  deve  ser  atualizada periodicamente, geralmente para refletir o diferencial de preços entre os países. Portanto, a questão está errada ao afirmar que o piso e o teto não podem ser alterados durante todo o período em que o sistema for adotado. 


(fgv 2018) O regime de bandas cambiais é adotado em diversos países e é um instrumento importante para controle do câmbio pelo Banco Central (BC). Sobre o regime de bandas cambiais, assinale a afirmativa correta: É um regime flutuante quando a taxa estiver dentro de um intervalo definido e passa a regime fixo, quando atingido os limites do intervalo.


(cesgranrio 2019) Desde 1999, considerando-se a prática do sistema cambial em funcionamento no Brasil, identifica-se que se trata de um regime de: flutuação suja


(iades 2018) Os países adotam regimes cambiais em função das respectivas conjunturas econômicas e políticas de governo. O regime cambial adotado no Brasil desde 1999 é: flutuante administrativo (dirty floating)

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