Marcas de textualidade: coesão, coerência e intertextualidade.


coesao[1].png



Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro. Os elementos de coesão determinam a transição de ideias entre as frases e os parágrafos. Palavras com preposições, conjunções e pronomes possuem a função de criar um sistema de relações, referências e retomadas no interior de um texto; garantindo unidade entre as diversas partes que o compõe. Essa relação, esse entrelaçamento de elementos no texto recebe o nome de Coesão Textual. Há, portanto, coesão, quando seus vários elementos estão articulados entre si, estabelecendo unidade em cada uma das partes, ou seja, entre os períodos e entre os parágrafos. Tal unidade se dá pelo emprego de conectivos ou elementos coesivos, cuja função é evidenciar as várias relações de sentido entre os enunciados.

“As crianças estão morrendo de fome por causa da riqueza do país.”

“Adoro sanduíche porque engorda.

“As crianças estão morrendo de fome apesar da riqueza do país.”

“Adoro sanduíche, mas engorda.”


Anafórica: Encontrei uma amiga na festa, e lhe contei sobre o que havia acontecido lá em casa.

Catafórica: Encontrá-lo naquele dia foi uma realização, afinal, era Jorge o homem da minha vida.


Não se deve confundir a conjunção “conquanto” com a conjunção “porquanto”. Esta última introduz orações causais ou explicativas, e equivale a “porque”, “visto que”, “já que”, “pois”, enquanto aquela é puramente concessiva, e equivale a “embora”, “apesar de que”, “mesmo que”, “ainda que”.


Conjunções 

adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, só que


contudo

(fcc 2017) Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos da geologia deve ser relativizada. (2° parágrafo)

Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase acima introduz uma: ressalva. 

Conjunção adversativa. Adversativas: indicam essencialmente uma ideia de adversidade, oposição, contraste e também ressalva, quebra de expectativa, compensação, restrição; elas realçam o conteúdo da oração que introduzem: mas, porém, contudo, todavia, malgrado, não obstante, entretanto, no entanto, senão, agora, antes, ainda assim.


Só que

(fcc 2017) Só que o sentido da vida profissional não vem pronto... (4° parágrafo)

Considerado o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da frase acima, o segmento sublinhado pode ser substituído por: Porém

Significado de Só que: Conjunção. Expressão da língua oral que tem o mesmo valor da conj. adversativa: mas, porém, entretanto, todavia.

Exemplo do uso da palavra Só que:

 Eu quero tirar carteira, só que eu ainda tenho 17 anos.

 Ela quer almoçar, só que não quer pagar a conta.

 Ela é até atraente, só que toma skol beats verde na balada. 


Locução conjuntiva de causa: na medida em que, uma vez que, porque, visto que, já que, tendo em vista que

(fcc 2017) A escolha profissional tem muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita. (3° parágrafo)

Consideradas as relações de sentido, as duas frases acima podem ser articuladas em um único período, fazendo-se as devidas alterações na pontuação e entre minúscula e maiúscula, com o uso, no início, de: Na medida em que 

Se A escolha profissional tem muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Então Dificilmente alguém consegue se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita. Então cabe "na medida em que".


(fcc 2017) Instituições financeiras reconhecem que é cada vez mais difícil detectar se uma transação é fraudulenta ou verdadeira

Os bancos e as empresas que efetuam pagamentos têm dificuldades de controlar as fraudes financeiras on-line no atual cenário tecnológico conectado e complexo. Mais de um terço (38%) das organizações reconhece que é cada vez mais difícil detectar se uma transação é fraudulenta ou verdadeira, revela pesquisa realizada por instituições renomadas.

O estudo revela que o índice de fraudes on-line acompanha o aumento do número de transações on-line, e 50% das organizações de serviços financeiros pesquisadas acreditam que há um crescimento das fraudes financeiras eletrônicas. Esse avanço, juntamente com o crescimento massivo dos pagamentos eletrônicos combinado aos novos avanços tecnológicos e às mudanças nas demandas corporativas, tem forçado, nos últimos anos, muitas delas a melhorar a eficiência de seus processos de negócios.

De acordo com os resultados, cerca de metade das organizações que atuam no campo de pagamentos eletrônicos usa soluções não especializadas que, segundo as estatísticas, não são confiáveis contra fraude e apresentam uma grande porcentagem de falsos positivos. O uso incorreto dos sistemas de segurança também pode acarretar o bloqueio de transações. Também vale notar que o desvio de pagamentos pode causar perda de clientes e, em última instância, uma redução nos lucros.

Conclui-se que a fraude não é o único obstáculo a ser superado: as instituições financeiras precisam também reduzir o número de alarmes falsos em seus sistemas a fim de fornecer o melhor atendimento possível ao cliente.

(Adaptado de: computerworld.com.br. Disponível em: http://computerworld.com.br/quase-40-dos-bancos-nao-sao-capazes-de-diferenciar-um-ataque-de-atividades-normais-de-clientes) 

No segundo parágrafo do texto, o termo “delas” refere-se a: organizações de serviços financeiros.


(fcc 2017)  [A obsessão pelo futuro]

      Desprezível é a alma obcecada pelo futuro, a que é infeliz antes da infelicidade. Não terá descanso, e a necessidade de querer conhecer o futuro lhe fará deixar de lado o presente que poderia ser melhor desfrutado. Tal criatura sofre o mesmo na espera e nas suas desgraças, aflige-se mais do que é preciso e antes do necessário. A mesma fraqueza que faz com que veja a aflição faz com que não saiba avaliá-la. O mesmo descomedimento com que aguarda a felicidade absoluta faz com que esqueça que o fio sobre o qual o gênero humano oscila nada mais nos promete do que o imprevisto.

   (Adaptado de: SÊNECA. Aprendendo a viver. Porto Alegre: L&PM, 2010, p. 100-101) 

Está inteiramente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto;

A) Ponderando sobre a obsessão que tem os homens pelo futuro, Sêneca dispõe de que deveríamos nos aproveitarmos do que nos oferece os momentos presentes, ao em vez de sofrer-lhe os desgostos da espera.

tem deveria ser “têm”

B) Segundo Sêneca, as pessoas que vivem na expectativa do que lhes aguarda no futuro acabam por não usufruir das reais possibilidades de prazer que, não fosse sua obsessão pelo devir, estão ao seu alcance no presente.

Devir (do latim devenire, chegar) é um conceito filosófico que significa as mudanças pelas quais passam as coisas.

C) Um filósofo como Sêneca, condena os descomedimentos humanos, por onde sofremos com as obsessões de que alimentamos em relação ao que nos aguarda, razão pela qual não as evitamos nem lhes aproveitamos.

não se separa sujeito de verbo (neste caso está com vírgula)

D) Seria preciso, como quer Sêneca, reconhecermos de que nos sustentam tão somente, as oscilações de um fio tênue, em vez de desconsiderarmos o que aja de imprevisto nos dias que ainda haveremos de viver.

reconhecermos que nos...

E) Quanto à infelicidade humana, Sêneca não lhe considera inevitável, conquanto saibamos que, sofrer nos dias presentes, não se trata mais do que viermos a antecipar as dores com que não nos poupará o futuro.

não a considera


(fcc 2017) Instituições financeiras reconhecem que é cada vez mais difícil detectar se uma transação é fraudulenta ou verdadeira

Os bancos e as empresas que efetuam pagamentos têm dificuldades de controlar as fraudes financeiras on-line no atual cenário tecnológico conectado e complexo. Mais de um terço (38%) das organizações reconhece que é cada vez mais difícil detectar se uma transação é fraudulenta ou verdadeira, revela pesquisa realizada por instituições renomadas.

O estudo revela que o índice de fraudes on-line acompanha o aumento do número de transações on-line, e 50% das organizações de serviços financeiros pesquisadas acreditam que há um crescimento das fraudes financeiras eletrônicas. Esse avanço, juntamente com o crescimento massivo dos pagamentos eletrônicos combinado aos novos avanços tecnológicos e às mudanças nas demandas corporativas, tem forçado, nos últimos anos, muitas delas a melhorar a eficiência de seus processos de negócios.

De acordo com os resultados, cerca de metade das organizações que atuam no campo de pagamentos eletrônicos usa soluções não especializadas que, segundo as estatísticas, não são confiáveis contra fraude e apresentam uma grande porcentagem de falsos positivos. O uso incorreto dos sistemas de segurança também pode acarretar o bloqueio de transações. Também vale notar que o desvio de pagamentos pode causar perda de clientes e, em última instância, uma redução nos lucros.

Conclui-se que a fraude não é o único obstáculo a ser superado: as instituições financeiras precisam também reduzir o número de alarmes falsos em seus sistemas a fim de fornecer o melhor atendimento possível ao cliente.

(Adaptado de: computerworld.com.br. Disponível em: http://computerworld.com.br/quase-40-dos-bancos-nao-sao-capazes-de-diferenciar-um-ataque-de-atividades-normais-de-clientes) 

No segundo parágrafo do texto, o termo “delas” refere-se a: 

A) fraudes financeiras eletrônicas.

B) organizações de serviços financeiros.

C) demandas corporativas.

D) transações on-line.

E) mudanças.


Fonte: https://pt.slideshare.net/JohnJeffersonAlves1/fatores-de-textualidade-2pdf

Comentários