Marcas de textualidade: coesão, coerência e intertextualidade.


coesao[1].png




QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS

COESÃO

(fidesa 2012) 
Assinale a opção correta no que se refere à coesão entre os elementos do texto: Em: “A mulher é a sua maior vítima.”, o vocábulo sua tem como referente violência.
Em: “A mulher é a sua maior vítima.”, o vocábulo sua tem como referente violência. ( sua: pronome anafórico) no primeiro período temos a palavra chave do texto: violência doméstica.

(ibfc 2015) Considere o fragmento abaixo para responder à questão. 
“depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão:" 
Observando as possibilidades de recursos coesivos da língua, analise as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a opção correta.
I. A primeira ocorrência da conjunção “e" contribui para a progressão do texto apresentando valor semântico de alternância.
II. A segunda ocorrência da conjunção “e" também contribui para a progressão do texto, mas apresenta valor semântico de oposição, podendo ser substituída por “mas" sem prejuízo de sentido.
III. Tanto o pronome “elas" quanto o “se" apontam para um mesmo referente que é o vocábulo “mãos". 
: Apenas a III está correta.
I) Errado. A primeira ocorrencia do vocábulo "e" em "e acaba o amor no..." não tem ideia de alternacia, mas sim de adição. Veja, podemos trocar a conjunção "e" por "mas tambem" - que não veio; mas também acaba o amor no desenlace ...-
II) Errado. Também expressam de concessão, podemos trocar a conjunção "e" por "ainda que", sem perda de sentido.
III) GABARITO. "que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão:" Elas quem? As mãos. Quem se movimenta? As mãos.

(instituto de seleção 2017) 
Sabe aquele seu amigo "vergonha alheia" que tenta, de todos os jeitos, contar uma piada hilária e parece não se ligar de que os outros não estão achando graça? Imagine se ele estivesse fadado a fazer isso o tempo todo, sem interrupções. É por essa situação que passam pessoas que sofrem com Witzelsucht, um distúrbio que faz com que o paciente não pare de fazer comentários achando que são engraçados.

Essa doença, normalmente, não aparece do nada. Ela pode ser resultante de um derrame ou de alguma lesão na região frontal do lado direito do cérebro, a área responsável por sua personalidade. Qualquer mudança sofrida por lá pode alterar seu gosto e o seu humor, normalmente o deixando mais eufórico (a título de curiosidade, alterações no lado esquerdo deixam a pessoa irritada e depressiva).

Mas antes que você pense que fazer umas piadas a mais e ser sorridente o tempo todo não é ruim, é bom conhecer casos de pessoas que sofrem com Witzelsucht. Um homem de 56 anos, por exemplo, sofreu um derrame e, além de desenvolver o distúrbio, passou a ser viciado em sexo. Ele fazia piadas de cunho sexual o tempo todo, afastando qualquer mulher ao seu redor – e ele era casado. E o pior: ele não conseguia parar, mesmo quando médicos estavam conduzindo exames nele.

Já uma mulher que teve um pequeno derrame aos 57 anos de idade e ao ter Witzelsuch parou de cuidar da higiene, só se interessava por suas próprias piadas. Afinal, vale lembrar também que pessoas com o distúrbio podem adorar suas próprias anedotas, mas são insensíveis às dos outros. Ou seja: não adianta tentar fazê-los rir, eles só entendem o próprio humor.

Não existem muitas formas de tratar a doença. Os médicos apelam para incansáveis sessões de terapia, nas quais devem explicar o tempo todo para os pacientes que suas piadas não são engraçadas. Outro método é a administração de remédios para estabilizar a condição emocional.
(Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2017/05/conheca-doenca-que-faz-com-que-pacientes-nao-parem-de-contar-piadas.html. Adaptado)

Em “Qualquer mudança sofrida por ...”, o elemento anafórico, em negrito, refere- ao termo: na região frontal do lado direito do cérebro.
Basta procurar pelo que se pede no texto: "Essa doença, normalmente, não aparece do nada. Ela pode ser resultante de um derrame ou de alguma lesão na região frontal do lado direito do cérebro, a área responsável por sua personalidade. Qualquer mudança sofrida por lá [sofrida na região frontal do lado direito do cérebro] pode alterar seu gosto e o seu humor, normalmente o deixando mais eufórico (a título de curiosidade, alterações no lado esquerdo deixam a pessoa irritada e depressiva)."

(fundep 2018) INSTRUÇÃO: Leia o texto II, a seguir, para responder à questão.

TEXTO II
O que garante a coesão textual é: a sequenciação das etapas do ciclo por meio das setas.
Coesão = ligação, conjunção.
Há uma sequenciação das etapas, como mostrado na imagem.

COERÊNCIA

(cespe/cebraspe 2009) 

Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos.

Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações).

Assinale a opção que dá continuidade gramaticalmente correta e argumentativamente coerente ao texto: 
Dessa forma, os direitos humanos devem ser entendidos sob o ângulo do contexto que lhes deu origem.
A) Por isso, podemos dizer que os verdadeiros direitos humanos buscam o que a de harmônico na sociedade.
B) Assim, devemos entender que valores sociais, devem expressar indiscriminadamente o bem de todos.
C) Dessa forma, os direitos humanos devem ser entendidos sob o ângulo do contexto que lhes deu origem.
Por eliminação. O texto pontua que direitos humanos não devem ser pautados pela harmonia, mas pelos conflitos e contradições. Logo as alternativas "a" e "d" estão erradas. Na "b" e "e" há extrapolação, pois o texto está falando apenas de direitos humanos e não de valores sociais e justiça social.
D) Desse entendimento, justa seria a lei que justificasse a harmonia, em qualquer tempo ou espaço.
E) Portanto, o conceito de justiça social deve-se sobrepor a diversidade de concepções de mundo.

(fgv 2018) Muitas frases são construídas propositadamente sem coerência aparente. A frase em que há perfeita coerência na mensagem é:
A) “Um homem só está sempre em má companhia”;
Se o homem está só, não tem como está com alguma companhia qualquer que seja.
B) “A maioria dos homens vive uma existência de tranquilo desespero”;
Não tem como estar tranquilo e desesperado ao mesmo tempo. São palavras opostas.
C) “A história universal é a de um só homem”;
Não tem como uma história do universo ser apenas de uma só pessoa.
D) “O tempo tudo tira e tudo dá; tudo se transforma, nada se destrói”;
Não há incoerência na frase. "tudo tira e tudo dá" é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo. "tudo se transforma, nada se destrói" tem relação com "nada se perde, nada se cria, tudo se transforma".
E) “O oposto da mentira não é a verdade”.
O oposto da mentira é justamente a verdade.

(fcc 2013) Há falta de coesão e de coerência na frase:
A) Nem sempre os livros mais vendidos são, efetivamente, os mais lidos: há quem os compre para exibi-los na estante.
B) Aquele romance, apesar de ter sido premiado pela academia e bem recebido pelo público, não chegou a impressionar os críticos dos jornais.
C) Se o sucesso daquele romance deveu-se, sobretudo, à resposta do público, razão pela qual a maior parte dos críticos também o teriam apreciado.
A frase "Se o sucesso daquele romance deveu-se, sobretudo, à resposta do público, razão pela qual a maior parte dos críticos também o teriam apreciado" apresenta alguns problemas de coerência e coesão:
"Se" condicional inadequado: O uso do "se" condicional sugere uma dúvida ou hipótese sobre a causa do sucesso. No entanto, a frase continua como se essa causa fosse um fato estabelecido. As reescritas eliminam essa condicional, apresentando a influência do público como um fato.
"razão pela qual" com verbo no futuro do pretérito: A expressão "razão pela qual" introduz uma consequência lógica. O uso do verbo "teriam apreciado" no futuro do pretérito (também conhecido como condicional em português) indica uma possibilidade ou suposição no passado. Isso cria uma inconsistência temporal e lógica, pois a apreciação dos críticos seria uma consequência direta e esperada do sucesso entre o público, não uma mera possibilidade no passado. As reescritas usam tempos verbais que expressam uma consequência direta e lógica no presente ou passado, como o presente do indicativo ("explica", "influenciando"), o pretérito perfeito ("influenciou") ou expressões que indicam consequência ("assim", "o que, por sua vez, contribuiu").
D) Há livros que compramos não porque nos sejam imediatamente úteis, mas porque imaginamos o quanto poderão nos valer num futuro próximo.
E) A distribuição dos livros numa biblioteca frequentemente indica aqueles pelos quais o dono tem predileção.

(quadrix 2013) Em qual das frases abaixo podemos verificar que não há problemas de coerência?
A) A garota é bastante animada e alegre, então, está sempre emburrada.
Se a garota é animada e alegre, não tem como sempre estar emburrada.
B) Uma senhora foi ao zoológico com seu neto, porém, viram muitos animais e comeram pipoca.
O "porém" é um conectivo que dá ideia de oposição, o que torna incoerente a frase pois, se foram ao zoológico, necessariamente viram muitos animais.
C) O pai de Josefa é muito severo, portanto, não se importa com o horário em que ela chega das festas.
Se o pai de Josefa é severo, necessariamente é uma pessoa que se importa com o horário.
D) Os meninos são bastante rápidos, entretanto, sempre ganham as competições de corrida.
"entretanto", assim como "porém", também é um conectivo de oposição, o que torna a frase incoerente, pois se os meninos são rápidos, necessariamente deveriam ganhar competições de corrida.
E) Sua tia é muito competente, assim, conseguirá rapidamente um novo emprego.
Se a tia é competente, necessariamente conseguirá um novo emprego. 

INTERTEXTUALIDADE

(fcm 2024) O quadro “O Grito” (à esquerda), do pintor norueguês Edvard Munch, já passou por diversos processos de intertextualização, como o criado pelo cartunista Junião (à direita).  
Imagem associada para resolução da questão
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/483714816224363750/) Acesso em: 27 dez. 2023
A esse respeito, é correto afirmar que a forma de intertextualidade utilizada por Junião para retomar o quadro de Munch é a: paródia
A intertextualidade evidente na imagem à direita, que parodia o quadro "O Grito" de Edvard Munch, é classificada como uma paródia. A paródia funciona como uma forma de homenagem ou crítica que imita uma obra anterior com exagero ou transformação humorística, mantendo reconhecíveis os elementos essenciais do original mas alterando o contexto ou a mensagem. No caso do cartunista Junião, ele reimagina a icônica imagem em um cenário moderno, usando humor para abordar a frustração com problemas de internet, ao invés da angústia existencial expressa no trabalho original de Munch.

(fgv 2024) Assinale a frase que não se apoia em um outro texto amplamente conhecido (intertextualidade). 
A) Não faça de seu cargo uma arma; a vítima pode ser você.
Baseia-se no slogan: “Não faça do seu carro uma arma. A vítima pode ser você".
B) Quem não deve não tem.
"Quem não deve não teme".
C) Às vezes, a alegria do dono do circo é ver o palhaço pegar fogo.
"Ver o circo pegar fogo".
D) No Brasil, sucesso é ofensa pessoal.
Não, trata-se de reprodução da fala de Tom Jobim.
E) Quem espera, nunca alcança.
Verso da canção "Bom Conselho", de Chico Buarque, que, por sua vez, se baseia na frase "Quem espera sempre alcança".

(fgv 2024) Muitas frases são construídas tendo por base outras frases famosas; entre as que estão abaixo, assinale aquela que está isenta dessa intertextualidade. 
A) Repolho não pensa. Logo, não existe. 
“Penso, logo existo”
B) O céu é o pão de cada dia dos olhos. 
“O pão nosso de cada dia”.
C) A Terra é o provável paraíso perdido. 
A alternativa apresenta uma frase adaptada do poema: “Paraíso Perdido”.
D) Antes um pássaro a voar que dois na mão. 
A alternativa apresenta uma frase adaptada do provérbio: “Mais vale um pássaro na mão que dois voando”.
E) A mosca é o termômetro da higiene. 
Frase original sem relação com outra. 

(iv ufg 2023) Texto 4

Disponível em: <https://www.behance.net/gallery/123835353/MAUC-60-anos>. Acesso em: 24 mai. 2023.
A intertextualidade presente no cartaz publicitário é estabelecida por meio de uma relação dialógica com: a mensagem expressa em um ditado popular.
O texto faz um jogo de palavras com o ditado “Quem vive de passado é museu”, invertendo o sentido original para criar um novo significado. Essa inversão sugere que o museu, ao contrário do que diz o ditado, está ativo e se renovando, não apenas preservando o passado, mas também valorizando o presente e olhando para o futuro.

Próxima Postagem Postagem Anterior
Sem Comentários
Adicionar Comentário
comment url